Por que nós, seres humanos, somos tão previsíveis quando se trata do comportamento em relacionamentos amorosos? Passam-se anos, séculos, gerações e algumas coisas continuam as mesmas. A repetição de atitudes é semelhante ao do tempo que vivíamos nas cavernas.
Apesar de vivermos no século XXI e termos evoluído um “pouquinho”, possuímos certos comportamentos ainda primitivos, muitas vezes parecidos com os animais que vivem na selva.
Os bares e baladas da vida são um belo exemplo, são uma selva cheia de animais selvagens que estão ali vorazmente para alimentar o seu EGO. Encontramos uma diversidade de animais nestes pequenos espaços geográficos, convivendo de maneira aparentemente “harmoniosa” por um determinado período.
Tem animais para todos os gostos, é extensa a variedade de seres vivos coabitando o mesmo ambiente das mais diversas espécies. O mais comum de se encontrar nesses lugares são as hienas, que, com o seu copo de cerveja na mão, riem alto e dão diversas gargalhadas juntamente com o seu bando, fingindo que a vida vai bem, obrigado. Mas, na verdade, estão ali afogando mágoas mal resolvidas com um belo sorriso no rosto, porque é sempre mais fácil fingir que tá tudo bem, não é mesmo?
Além das hienas, é possível encontrar muitos e muitos pavões exibindo as suas penas, mas, neste caso específico, são curvas que foram extremamente trabalhadas em muitas horas de academia, regadas a uma dieta low carb de frango com batata doce. Todos os pavões querem ser vistos, fazem de tudo para alimentar o seu próprio ego, adoram elogios, olhares e cantadas vindas de todos os lados por diversos tipos de animais.
O rei e rainha da selva também estão por lá, são leões e leoas desfilando com muito garbo e elegância, reconhecendo o ambiente e esperando o melhor momento para dar o bote na sua mais nova caça da noite. Ganha o melhor pedaço de carne quem souber usar seu charme e artimanhas.
Temos os macaquinhos treinados fazendo as suas melhores macaquices, para alegrar e entreter a festa na floresta — sem dúvida alguma a noite não seria a mesma sem eles.
Na calada da noite, é possível encontrar também algumas espécies raras de águias, que observam e sobrevoam todo o espaço, pousam no melhor lugar do ambiente e por lá ficam algumas horas, se divertindo contemplando os demais coleguinhas da selva.
E toda essa “selvageria” acontece simplesmente pelo fato de que todos estão procurando por algo, seja chamar a atenção de alguém, uma adrenalina, um olhar, um toque, um beijo, sexo casual, uma dança e até mesmo por um amor, vai que é o seu dia de sorte e o sapo ou a sapa da noite viram um príncipe ou uma princesa?!
No mundo da selva animal quem vai à caça são as leoas. É a lei da natureza. Aqui na selva humana muitas leoas estão indo para a “caça”, sabendo muito bem o que querem, encontraram a sua presa e, cheias de atitudes, dão o bote. É o mundo moderno de hoje, senhoras e senhores, mas acredito que muitos animais homo sapiens, por mais que “curtam” o ataque das leoas, este comportamento ainda é visto com desdém e o julgamento acaba sendo inevitável pela sociedade hipócrita de animais com pensamentos primitivos, pois infelizmente ainda vivemos em um mundo machista e patriarcal e, por mais que estejamos fazendo movimento para que determinados padrões de pensamentos mudem, ainda será necessário muita evolução.
Outro tipo de comportamento bem comum é quando a presa é difícil de ser capturada. O desafio passa ser mais interessante, instiga os nossos desejos sedentos mais primitivos. Vamos ser sinceros, todo mundo gosta de um bom desafio, não é mesmo?
Além de animais selvagens, somos todos um bando de crianças fingindo ser adulto. Volte no tempo e lembre-se de quando você era criança. Imagine a cena: você tem um brinquedo todinho disponível pra você, mas naquele momento você não está muito a fim de brincar com ele, porém, chega o seu amiguinho e pega o seu brinquedo que estava ali jogado, esquecido, sempre disponível para você. E de repente, como num passe de mágica, o brinquedo torna-se o seu mais novo desejo de consumo, você quer porque quer o tal do brinquedo, mas, agora, o seu amiguinho está se divertindo com ele. A sua primeira atitude é chorar, fazer bico, espernear e a sua mãe diz: o brinquedo estava aqui o tempo todo e você não queria brincar com ele, deixa o seu amiguinho brincar agora e depois você pega, ok?
Agora, pegue esta mesma cena e traga para os dias atuais, tenho CERTEZA ABSOLUTA, como 2 + 2 = 4, que você, sendo homem ou mulher, um dia já fez exatamente a mesma coisa em alguma relação amorosa da sua vida. Não é mesmo?!
O questionamento que fica é: quando vamos parar de ser crianças agindo como animais selvagens e passar a ter atitudes de seres humanos desenvolvidos, pensantes, sem complicar tanto as coisas?
Continuamos cometendo os mesmo erros, com os eternos e chatos joguinhos da conquista, os mesmos papinhos de sempre, somos previsíveis demais e depois reclamamos que a vida é complicada. A vida não é complicada, somos nós que complicamos tudo, por medo, insegurança, ansiedade, expectativas, vaidades ou com a velha desculpa dos traumas dos relacionamentos do passado.
Gostaria muito de encerrar este texto com uma notícia bombástica, dizendo que em um futuro não tão distante todos esses comportamento primitivos irão mudar. Mas, infelizmente, desde que o mundo é mundo, o eterno jogo da conquista funciona assim, quer você queira ou não, aceita que dói menos. Por isso, esteja preparado para esta selva de loucos, divirta-se, encare a situação de uma outra perspectiva.
Welcome to the jungle, um dia você é caça e, no outro, caçador.