A primeira desilusão amorosa devasta um coração puro e singelo. Depois do primeiro rompimento amoroso, pensei: nunca mais vou sofrer por amor. Mas foi um grande devaneio de uma adolescente ingênua recém chegada ao submundo do amor.
O fim de um relacionamento é um saco! Ninguém prepara a gente pra viver uma decepção amorosa ou terminar um envolvimento afetivo, o sentimento de perda é algo que infelizmente não se ensina na escola, porque o amor não tem nada de lógico como a matemática, ele é abstrato e subversivo demais pra tentar explicar e muito menos entender.
A vida a dois é permitir que outro entre no seu universo e veja coisas que às vezes nem mesmo você é capaz de enxergar, e, dependendo do que o outro vê, ele fica ou vai embora para encontrar um novo alguém para chamar de seu.
Terminar uma relação é um projeto de vida que chega ao fim, são sonhos construídos juntos que desaparecem no ar como bolhas de sabão, deixando o coração cheio de cicatrizes, feridas e hematomas, que levam um tempo para se reconstruir.
É engraçado que as frases que ecoam ao longo da relação como “Eu te amo”, “Você é o amor da minha vida”, “Vou te amar para sempre”, logo tornam-se apenas boas lembranças e o período que viveram juntos irá parecer que nem existiu. É, o tempo faz essas coisas.
Em época de vida high-tech, fim de relacionamento é difícil, porque tudo fica lá no buraco negro da internet para sempre. As redes sociais, quando você menos espera, sempre dão um jeitinho de lembrar daquilo que você quer esquecer. Quem sabe um dia exista o botão: apagar as lembranças com o ex, para facilitar a nossa vida, porque dá um puta trabalho deletar ou se desmarcar das inúmeras fotos e declarações de amor que são publicadas na linha do tempo da vida online.
E, todo fim, passa por um processo básico e clichê da reconstrução de um coração partido.
Os três primeiros meses sempre são os mais difíceis. Geralmente no primeiro mês você passa por um processo de LUTO, fica sem rumo, não sabe muito bem o que fazer da vida. Até descobrir como andar sozinho novamente e se adaptar com a rotina de solteiro, leva um tempo, e neste período muita ATENÇÃO, porque pode rolar o conhecido remember com o EX, do qual, com certeza você vai se arrepender depois.
No meio do processo, alguns sentimentos como raiva, culpa e mágoa gostam de dar o ar da sua graça, é complicado, mas faz parte. Cada um tem o seu tempo para se curar das feridas que ficam enraizadas no coração e como dizem: com o tempo tudo passa.
Quando se acostumar com a nova vida de solteira(o), você irá sentir o gostinho da liberdade, e em alguma mesa de bar vai rolar o grito de independência que estava preso na garganta, é ótima essa fase, ser quem você quiser ir pra onde bem entender sem dar satisfação da sua vida pra ninguém. Porém, em algum momento vai bater a carência, e aí fica o ALERTA PERIGO: nesta etapa, pode ocorrer aquela saudade do ex ou é capaz de você se amarrar com qualquer um que cruze o seu caminho, pelo simples fato de não saber lidar com a arte de ficar sozinho. Compreender e saber encarar a carência, talvez seja a parte mais difícil do processo, onde é necessário aprender a gerenciar as nossas emoções.
Caso tenha sido você quem terminou a relação, infelizmente, perante os atentos espectadores da janela indiscreta da vida, prepare-se para se tornar o vilão da história. As pessoas adoram julgar, dar sua opinião na vida alheia e, principalmente, sempre escutar apenas um lado da história. Parece que, para terminar uma relação que aos olhos dos outros aparenta ser tão legal e perfeita, é necessário ter acontecido algo muito fatídico, como uma traição. A simples realidade de não ser mais feliz com pessoa talvez não seja um grande motivo para terminar. O problema é que ninguém sabe o que acontece no dia a dia do relacionamento que já estava fora do compasso, fadado ao fracasso há muito tempo.
Assim como é preciso ter coragem para amar alguém, também é necessário ter coragem para terminar uma relação amorosa, olhar para vida aparentemente feliz, com um destino tão certo e tomar a decisão, que irá magoar a outra pessoa, requer muita coragem. Então, se você foi taxado de vilão da história, independente do motivo do fim, ficam aqui meus PARABÉNS pela sua coragem de não ter medo de ser feliz! E para você que levou um fora, seja empático (por mais que seja difícil), olhe para relação, enxergue e aceite os seus erros para o outro ter tomado tal atitude. Uma relação chega ao fim porque ambas as partes fizeram ou deixaram de fazer alguma coisa em algum momento da vida a dois.
O ápice do processo será quando você se sentir pronto para abrir o seu coração novamente. Mas pode acontecer do ser humano que por anos você chamou de meu amor seguir a vida e encontrar um novo alguém antes que você. E tá tudo bem, todo mundo merece ser feliz (até mesmo o ex). No entanto, por mais que não sinta mais nada pela pessoa, infelizmente preciso dizer que vai bater uma bad vibe da crise de pertencimento pelo outro e o ego vai ficar ferido, é normal, afinal, somos seres humanos em evolução de desapego, não é mesmo?
Apesar de saber que todo fim dói e que as relações de uma forma geral são complicadas, continuo acreditando que amar vale a pena, as pessoas e os relacionamentos que construímos ao longo da vida nos transformam em pessoas melhores, os conflitos e as separações acontecem, sentimos culpa, dor, raiva, nos embriagamos com as nossas lágrimas e tudo isso faz parte de um processo importante para a compreensão de quem nós somos.
E, no final, a gente segue a vida, porque a vida tem que seguir até outros amores surgirem e novas histórias serem escritas.
Lindo, Isa!!! É isso mesmo.. já passei tbm por essas etapas e não desacreditei do amor! 🙂
Oi, Debora! Obrigadaa! 🙂 Não da para desacreditar no amor, amar engradece o ser humano! 🙂
Olá Isa, muito bom o texto e é assim que acontece porém, acho que pra quem termina não dói, por que a pessoa está pouco se importando com o sentimento alheio e a dor, não acho que é bem “coragem” mas sim seu EGOísmo em querer se livrar de algo que lhe pesa, sua consciência pesada ou sua vontade de conhecer e “curtir” outras pessoas, algo que sinceramente penso que deve ser muito bem esclarecido no começo de um relacionamento mas quase nunca é, as pessoas estão cada vez mais focadas no ‘eu’ e o resto que siga como achar melhor, inclusive nos relacionamentos. Mas como você escreveu todos merecem ser felizes, mas precisa ser na semana seguinte?
“Cada caso um causo”
Oi, João! Obrigadaa! 🙂
Como você mesmo disse, cada caso é um caso. Falando por mim, dói sim terminar uma relação, principalmente quando passamos muito tempo com a pessoa. São dores diferentes, sei como é a dor dois lados, porque assim como já dei um pé na bunda, também já levei. As pessoas são complicadas, realmente vivemos em um mundo onde a maioria está focada no seu “eu” e acabam não se importando com o sentimento dos outros, mas aprendi que não dá para ficar julgando a atitude do outro e uma hora o Universo sempre manda a resposta na qual queremos e que nos faz pensar: graças a Deus que não fiquei com fulano. hehe
E a gente segue a vida, porque a vida tem que seguir até outros amores surgirem e novas histórias serem escritas. 😉
Nossa…”estranho” termos conversado e eu ter relatado a vc sobre minha vida praticamente com essas palavras sem antes termos conversado ou debatido o assunto.
Você escreve muito bem Isa! Seu coração escreveu isso. Eu disse a você…