Pra quem me conhece há algum tempo, sabe que sempre tive cabelão. Mas na metade de 2015, passei por um stress emocional, somatizei sentimentos no qual desencadeou alguns problemas de saúde como: anemia, síndrome de hashimoto e um nódulo na tireóide, na qual fizeram com que eu tivesse uma grande queda de cabelo, principalmente na parte da frente que me deixou quase careca.
Procurei um médico e após descobrir que o meu organismo estava com problemas iniciei um tratamento através de remédios. Consegui fazer o meu organismo voltar ao “normal”, mas a queda de cabelos ainda continuava, ele crescia até um ponto e depois quebrava, era muito frustrante pra mim não ver o progresso no crescimento do meu cabelo e por isso andava apenas com ele amarrado e com muitos tic tacs para esconder as falhas.
Em maio de 2016, cansada de andar com o cabelo amarrado para ninguém ver as falhas, tomei coragem e cortei o cabelo bem curtinho. Na real, a minha vontade era raspar a minha cabeça, porém achei que seria uma atitude muito radical e depois não iria conseguir encarar o resultado dessa loucura.
Cortei! Quando me olhei no espelho, não me reconheci, a pessoa refletida não era eu. Foi como perder completamente a minha identidade, como na história de Sansão, perdi as minhas forças assim que cortei o cabelo, mas era a melhor escolha para o momento, porque como estava não dava mais pra ficar.
Talvez tenham pessoa que não entendam e pensem: “é apenas um cabelo”, porém você já reparou que quando estamos prestes a fazer uma grande mudança em nossa vida sempre começamos com o cabelo. Mal sabia eu, quantas mudanças internas e externas iriam acontecer depois do dia que cortei o cabelo.
Tudo isso mexeu muito com a minha autoestima, passei a me achar feia com o cabelo curto, evitava sempre espelhos, fotos eram coisas raras, tanto que tenho bem poucas dessa época. Foi um processo bem complicado, um momento de olhar para dentro, para minhas sombras e redescobrir a minha identidade na qual havia perdido.
Após 06 meses do corte de cabelo e de pensar muito, muito e muito na vida, tomei coragem e resolvi me livrar de tudo o que estava me fazendo mal, pessoas, situações, vida, enfim fiz uma revolução na minha vida.
Depois de sair do buraco negro no qual havia me enfiado por anos, uma nova vida me esperava, e juntando todos os caquinhos nos quais perdi por aí, entendi que eu poderia tomar um monte de remédios, mas se eu não tratasse o meu psicológico (mente e coração) nada iria mudar. Se a gente é o que come, somos o que sentimos e pensamos. O corpo somatiza e uma hora outra ele grita, o meu gritou através de várias coisas, mas o que mais me tocou foi quando comecei a perder os meus cabelos.
Meu cabelo nunca mais voltou a ser o mesmo, mas eu também nunca mais voltei a ser a mesma pessoa.
*foto: Iuri Poletti
Que lindo relato amiga, sabe que eu já ouvi falar que quando queremos mudar algo começamos pelo cabelo mas eu nunca consegui me identificar nisso. Eu adoro mudar o meu cabelo, sempre quis fazer mechas mas até hoje não consegui deixar no tom certo, ai vou la corto pinto e não consigo ver algo relacionado a mudança interior, mas pensando no que você escreveu pode ter algo relacionado sim.
Tento sempre pensar em algo a respeito dessas mudanças!!!!