Você já parou para pensar qual é o seu propósito de vida? O que você está fazendo aqui? O que você tem feito para mudar o mundo no qual vive?
São perguntas difíceis de responder, sei bem, poucos tem uma resposta.
Quando somos crianças atormentamos os nossos pais com os famosos “por quês?”. Sempre fui muito questionadora, era cada pergunta que deixava a minha mãe em várias situações desconfortáveis.
Na jornada para o mundo dos adultos foi inevitável entrar na rota do piloto automático, esquecer um pouco dos questionamentos e me conformar com o roteiro básico e clichê da vida. Demorei para compreender que a vida é muito mais que se formar, trabalhar de segunda a sexta-feira, ir para academia, encontrar um amor, casar, ter filhos e morrer.
Despertei meu propósito aos 30 anos, foi em setembro de 2017, sem dúvida alguma encontrar o meu porquê foi um marco na minha história, senti uma euforia gigantesca e uma super motivação para construir do ZERO o que me fez chegar até aqui. Foi uma corrida contra o tempo para fazer o que de fato faz sentido pra mim, uma FOME de vida inesgotável e um desejo inexplicável de ser quem se quer ser no qual é meu combustível até hoje.
Com essa mania que temos de romantizar a vida, na minha ingenuidade romântica pensei que ao encontrar o propósito tudo estava resolvido. Porém, não me tornei a melhor pessoa do mundo (e nem sei se vou conseguir isso), todos os meus problemas não foram resolvidos, pelo contrário, todos os dias me questiono se estou no caminho certo, a pandemia me trouxe uma crise de propósito e identidade muito forte, na qual pensei em mudar a rota, jogar tudo para o alto e começar tudo de novo, tenho bad days, as vezes tenho vontade de desistir, choro, fico confusa, ansiosa, exausta…
As humanidades da vida continuam com ou sem propósito, sinto às cobrança do tempo, porque ele sempre cobra alguma coisa, claro, eu também me cobro muito e o fato de ser mulher também me geram outras cobranças muito pessoais. As minhas escolhas não se tornaram mais fáceis e muitos menos sem erros, mas se tornaram mais assertivas, porque através do propósito consigo conectar o meu caminho profissional/pessoal e até mesmo as pessoas com as quais me relaciono.
Já modifiquei meu propósito algumas vezes, pelo motivo que propósito é mutável e assim como vou evoluindo como ser humano ele vai se transformando e se expandindo junto comigo. Ao longo desse caminho, entendi que propósito na verdade nada mais é do que entender melhor quem você é (através do autoconhecimento), oferecendo algo de bom para si e ao mundo, mas principalmente que propósito é o despertar do amor (amor próprio), pois é através dele que a nossa consciência se expande.
Nas conversas ou palestras que falo sobre o tema, vejo uma angústia e uma pressa nas pessoas em encontrar seu propósito no mundo externo, mas para despertar o propósito da sua existência, é necessário ter disposição para abraçar a suas vulnerabilidades, olhar para coisas boas e ruins que existem dentro de você e o principal, buscar a sua essência.
O meu propósito não resolveu todos meus problemas, angústias, dúvidas ou ansiedade, tem dias que a minha única vontade é permanecer na cama e só acordar quando tudo isso passar. Mas já são quase três anos vivendo por uma causa, a minha causa que faz: ¨turuturu aqui dentro¨, me transformei como ser humano e principalmente como mulher, entendi o que me dá tesão na vida, brilho no olhar, coragem para eu ser quem nasci para ser e sentido para continuar nesse caos pandêmico da VIDA.
Texto: 05/15
Música inspiração: Yesterday (versão cover Boyce Avenue)
Esse texto faz parte de uma série de 15 pensamentos, soltos, loucos, pandêmicos na bellaquarta (quarta-feira), mais próxima de você.
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Isa Quartarolli
Sou uma comunicadora, empreendedora, impulsionadora de propósito de vida para incentivar as pessoas a fazerem o que amam e se tornarem líderes da sua própria vida. O meu propósito é dar voz às lideranças femininas para que mais mulheres se enxerguem como protagonistas de suas histórias, por isso criei a Women Leadership, para fomentar o protagonismo feminino através da liderança. Amo conhecer pessoas, me relacionar e observar o comportamento humano. Por meio das palavras organizo os meus pensamentos, externalizo sentimentos e me compreendo como ser humano.
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